Expectativa. É necessário cair e levantar para viver.

É engraçado escrever sobre a expectativa de uma prova que em você não vai correr, mas se você ler esse texto até o final vai entender a lógica do que estou tentando explicar.

Amanhã, dia 19 de maio, minha esposa irá participar da Amazing Run Garopaba 2018 na prova de 45 km. A distância, 3 km maior que uma maratona, será a maior prova da vida dela. O que estou querendo relatar com esse texto é a capacidade de um ser humano tem de cair, levantar e seguir em frente. E tudo isso em um período de tempo que poderia servir como um objeto de estudo para a grande maioria das pessoas que passa por um momento de dificuldade e consegue reerguer a cabeça.

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Sempre em frente!

Recentemente, no mês de abril, estive acompanhando a minha esposa em sua estréia em uma prova de maratona internacional, a Maratona de Boston. A prova é disputada desde 1897 e é uma das majors (principais provas de maratona do mundo). Para a participação no evento é necessário ter o seu tempo validado e mais de 30 mil corredores do mundo disputam os 42,195 km pelas ruas da Nova Inglaterra. Para demonstrar a dificuldade da participação nesta prova apenas três corredores de Florianópolis conseguiram índice para o evento. E a Fran foi a única mulher neste universo.

Mas, apesar de toda a preparação e empenho nos treinos, ela acabou desistindo da prova no 13 quilômetro. Para todo mundo que já participou de uma corrida na vida sabe como é dolorido estar inscrito em uma prova e não conseguir termina-la. E o requinte de crueldade é aumentado com o investimento envolvido em participar de uma prova no exterior sem muito dinheiro e tendo que conciliar trabalho e estudos com essa oportunidade única.

Porém a desistência dela é o mote central deste texto: é na queda que aprendemos a levantar. E quando você cai você deve levantar mais sábio, senão irá cair de novo até desistir de vez.

Eu era a única pessoa ao lado dela no momento em que ela chegou na Praça Copley no centro de Boston após ser liberada pelos médicos da prova, muito bem organizada por sinal. Tive a vista em primeira mão de alguém de perdeu para a chuva e para o frio e caiu na disputa de um sonho.  Elisabeth Kubler-Ross descreveu as cinco fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação) em seus estudos. E posso dizer que em um intervalo de 24 horas pude ver essas fases estando ao lado da Fran.

O sofrimento de ter que desistir porque o seu corpo não conseguia mais correr foi mais doloroso para ela que não ter terminado a maratona. Porém meu querido leitor, o que a Fran fez depois disso tudo? Ela correu. Ela não parou. Não perdeu mais nenhum minuto com pena dela mesmo por ter sofrido com a desistência de Boston.

Já faz mais de um mês que essa desistência aconteceu e ela continua correndo. Tanto que amanhã ela irá participar da prova que mencionei em Garopaba. E eu tenho que reconhecer esse espírito de cair, sacudir a poeira e levantar deveria ser o lema da vida de todos os seres humanos (eu me incluo nesse grupo também). Estando ao lado dela é possível ver como uma atividade simples como a corrida pode mudar a sua vida e despertar o que é o melhor nela: ser feliz.

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Orgulho de ser parceiro

Me alegra ver como uma pessoa que sobrevivia a semana mudou completamente com a corrida. Várias vezes minha história de perda de peso e superação serviu para estimular outras pessoas a começar uma atividade física ou mesmo mudar hábitos. Mas o importante não é só começar…. é cair, levantar e continuar me frente.

 

 

 

Uma opinião sobre “Expectativa. É necessário cair e levantar para viver.

  1. Parabéns Gel! Texto perfeito e real, da força de vontade em vencer da Fran. Essa garota vai ser Ultramaratonista esplendorosamente. Parabéns p vc, q sempre está apoiando-a e incentivando-a. Gde abço

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