Glória efêmera do passado

É interessante como a psique humana age as vezes. Delírios de grandeza não são comuns a nenhuma outra espécie animal. Essa é uma “qualidade” presente apenas para nós, senhores do mundo e filhos perfeitos criados a imagem e semelhança de deus.

O apogeu humano é uma figura bem peculiar para cada um. As vezes o maior sucesso de uma vida acontece de maneira precoce na infância ou na adolescência. E depois dessa glória a vida é uma ladeira abaixo.

O life fast e die young dos americanos esconde essa sina. O sucesso arrebatador as vezes não dura um verão inteiro. Aquele momento em que você roubou um beijo da menina mais bonita da classe pode ser sua maior realização. E em quase 100% das vezes o momento não é desfrutado como deveria.

Talvez eu não seja a pessoa mais indicada para falar de sucesso, mas de fracasso eu entendo muito. Como todo brasileiro médio a sina do “não desisto nunca” parece ser o mantra que me impulsiona a frente.

Seja no ônibus lotado que você não consegue nem sentar, no guarda chuva que quebra no meio do temporal ou naquele dia de trabalho onde tudo dá errado a esperança de não desistir serve como a mola que nos empurra. Mas eu as vezes me pego pensando se desistir as vezes não é a melhor escolha.

Desistir as vezes faz bem. Viver uma vida inteira só lutando e não apreciando nem que seja uma derrota é uma insanidade. Parar e tentar ver o grande quadro deveria ser uma regra e não uma exceção.

Mas, como eu dizia no começo, o sucesso, por menor que seja, e que acontece precocemente deve ser a régua para medir a vida. Não como um ponto final e sim como uma seta indicando um campinho já percorrido.

Expectativa. É necessário cair e levantar para viver.

É engraçado escrever sobre a expectativa de uma prova que em você não vai correr, mas se você ler esse texto até o final vai entender a lógica do que estou tentando explicar.

Amanhã, dia 19 de maio, minha esposa irá participar da Amazing Run Garopaba 2018 na prova de 45 km. A distância, 3 km maior que uma maratona, será a maior prova da vida dela. O que estou querendo relatar com esse texto é a capacidade de um ser humano tem de cair, levantar e seguir em frente. E tudo isso em um período de tempo que poderia servir como um objeto de estudo para a grande maioria das pessoas que passa por um momento de dificuldade e consegue reerguer a cabeça.

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Sempre em frente!

Recentemente, no mês de abril, estive acompanhando a minha esposa em sua estréia em uma prova de maratona internacional, a Maratona de Boston. A prova é disputada desde 1897 e é uma das majors (principais provas de maratona do mundo). Para a participação no evento é necessário ter o seu tempo validado e mais de 30 mil corredores do mundo disputam os 42,195 km pelas ruas da Nova Inglaterra. Para demonstrar a dificuldade da participação nesta prova apenas três corredores de Florianópolis conseguiram índice para o evento. E a Fran foi a única mulher neste universo.

Mas, apesar de toda a preparação e empenho nos treinos, ela acabou desistindo da prova no 13 quilômetro. Para todo mundo que já participou de uma corrida na vida sabe como é dolorido estar inscrito em uma prova e não conseguir termina-la. E o requinte de crueldade é aumentado com o investimento envolvido em participar de uma prova no exterior sem muito dinheiro e tendo que conciliar trabalho e estudos com essa oportunidade única.

Porém a desistência dela é o mote central deste texto: é na queda que aprendemos a levantar. E quando você cai você deve levantar mais sábio, senão irá cair de novo até desistir de vez.

Eu era a única pessoa ao lado dela no momento em que ela chegou na Praça Copley no centro de Boston após ser liberada pelos médicos da prova, muito bem organizada por sinal. Tive a vista em primeira mão de alguém de perdeu para a chuva e para o frio e caiu na disputa de um sonho.  Elisabeth Kubler-Ross descreveu as cinco fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação) em seus estudos. E posso dizer que em um intervalo de 24 horas pude ver essas fases estando ao lado da Fran.

O sofrimento de ter que desistir porque o seu corpo não conseguia mais correr foi mais doloroso para ela que não ter terminado a maratona. Porém meu querido leitor, o que a Fran fez depois disso tudo? Ela correu. Ela não parou. Não perdeu mais nenhum minuto com pena dela mesmo por ter sofrido com a desistência de Boston.

Já faz mais de um mês que essa desistência aconteceu e ela continua correndo. Tanto que amanhã ela irá participar da prova que mencionei em Garopaba. E eu tenho que reconhecer esse espírito de cair, sacudir a poeira e levantar deveria ser o lema da vida de todos os seres humanos (eu me incluo nesse grupo também). Estando ao lado dela é possível ver como uma atividade simples como a corrida pode mudar a sua vida e despertar o que é o melhor nela: ser feliz.

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Orgulho de ser parceiro

Me alegra ver como uma pessoa que sobrevivia a semana mudou completamente com a corrida. Várias vezes minha história de perda de peso e superação serviu para estimular outras pessoas a começar uma atividade física ou mesmo mudar hábitos. Mas o importante não é só começar…. é cair, levantar e continuar me frente.

 

 

 

Nota para mim

Hoje eu embarquei em uma das situações mais desafiadoras da minha vida. Viajar para o exterior com dinheiro contado para acompanhar a minha esposa que vai participar da Maratona de Boston. Mas esse texto não é sobre ela e nem sobre tudo que já escrevi sobre vida saudável. Esse texto é sobre mim.

Após muito tempo acho que é pertinente ser um pouco egoísta. Esses últimos meses, praticamente um ano, tem sido especialmente difíceis. Mas nada melhor que ver novos lugares, conhecer coisas novas e ampliar o horizonte para buscar uma luz para a vida.

A dificuldade molda o caráter, mas ninguém imagina como é difícil enfrentar as dificuldades. Eu durante muitos anos consegui usar a corrida como uma válvula de escape, mas ultimamente nem o esporte está ajudando.

A forma de querer ser melhor e eficiente cobraram um preço em minha capacidade de seguir em frente. Hoje as coisas parecem muito mais complicadas do que realmente o são. Mas isso é um grande reflexo e servem como um aprendizado que eu não vou mudar o mundo se não mudar primeiramente a forma como eu encaro a realidade.

A vida é dura mas é a vida. Esse chavão serve para encher linguiça mas também serve como uma assertiva realidade. As coisas se repetiram e a dificuldade vai bater em nossa parte a qualquer momento, mas cabe a você decidir como encarar as coisas.

O trabalho, principalmente, é um meio e não um destino. A vida não se resume a ficar preso em um cubículo olhando para uma tela de computador e atingir metas. Por isso eu sei que nos dias vindouros escolhas devem ser feitas. E mesmo que a mudança não seja de jogar tudo para o alto e recomeçar é necessário refletir.

Mas não só refletir: mudar. Mudar a forma como encaro as situações cotidianas, como consigo cair e levantar e como consigo ser uma pessoa melhor. Um dia de cada vez.

We shall overcome!

We shall overcome, we shall overcome,
We shall overcome some day
Oh, deep in my heart, I do believe we shall overcome some day

We shall all be free, we shall all be free,
We shall all be free some day
Oh, deep in my heart, I do believe we shall overcome some day

We shall live in peace, we shall live in peace,
We shall live in peace some day
Oh, deep in my heart, I do believe we shall overcome some day

E hoje foi dia de corrida solo!

Neste domingo, dia 17 de setembro, foi uma estréia para mim. Foi a minha primeira prova de corrida em que participei sem a companhia de minha parceira Franciela Santin, que está em viagem internacional.

Foram 5 km na etapa de Florianópolis da Corrida do Bem, promovida pelo SESI/SC.

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mais uma medalha para a coleção

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Turma do Floripa Runners

 

Semana de retorno de treinos!!!

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Agenda da semana… nossa!

Setembro começou na sexta passada e eu já fiz um treino de trilha no sábado (02/09/2017). Para os próximos dias o meu treinador já deixou pronto uma agenda pronta para a semana toda.

E essa semana, apesar de ter um feriado (graças a deus!) na quinta feira será bem corrida… literalmente.

Mas tenho certeza que somente com desafios e possível progredir. E como diz a minha companheira: não tá morto quem peleia!!!

Voltando aos treinos!!!

Sábado (02/09) foi um recomeço para mim. Eu, depois de 15 dias de férias, resolvi voltar aos treinos de corrida junto a turma da assessoria Floripa Runners.  Fiquei alguns dias de férias por uma sobrecarga de treinos longos, provas e do stress do trabalho. Precisei dar um tempo e descansar por um tempo.

Mas o meu retorno não poderia ser melhor. Escolhi fazer um trecho de 5 km na cidade de Garopaba. A distância, curta para ser sincero, foi bastante desafiadora.